Esta cancela gigante desceu em cima do meu carro |
Em 2010 fui conhecer a Califórnia. Estava em San Francisco e, em um dos dias, passei na frente da bilheteria de Alcatraz e parei para comprar ingresso. Enquanto
estava na fila, fiquei sabendo que não tinha mais para o mesmo dia, mas logo veio uma mulher perguntar se alguém estava sozinho e queria
ingresso. Levantei a mão e ela me deu, sem eu precisar pagar nada.
Fiquei feliz
por economizar 26 dólares (aproximadamente R$ 93,00) e, na mesma hora, pensei: - “Será
que isso aconteceu pra compensar algo de ruim na viagem?” No momento seguinte,
achei um absurdo pensar dessa maneira e peguei o barco para Alcatraz.
Alguns dias
depois, lembrei desse episódio. Sabe aquelas situações em que parece que tudo
está dando errado?
Estava em uma
locadora de carros e tive um problema com meu cartão de crédito, devido a uma
compra que caiu no dia seguinte e comprometeu o limite. Eu tinha dinheiro na
conta, no Brasil, mas não naquele momento.
Não consegui
alugar e precisei pegar táxi para uma estação de trem. Depois de perguntar para
várias pessoas, descobri que teria de pegar um ônibus, mas ele já havia passado
e era o último daquele dia. Falei com Deus: - “Não sei o que o Senhor quer
me ensinar com tudo isso, mas eu quero aprender, de verdade.”
Peguei outro
táxi e fui até uma estação rodoviária. Fiquei bem apreensiva, porque não sabia
quando conseguiria resolver tudo e o dinheiro que tinha não seria suficiente
para passar mais uma semana nos Estados Unidos.
No ônibus,
conheci uma brasileira, que me deu a ideia de parar em Santa Bárbara. Ainda bem que segui o conselho dela, porque em San Luis Obispo a rua estava totalmente deserta, e não passou nenhum táxi enquanto o ônibus
ficou parado.
Desci pra
pagar a diferença (12 dólares) e, quando o funcionário pegou o dinheiro, foi
perguntar algo pra motorista, voltou e disse que eu não precisava pagar.
No dia
seguinte, consegui resolver a questão do cartão, peguei um táxi (com o dinheiro
que a brasileira me deu), fiz o check-in mais cedo do que esperava, às 9h (de
acordo com a reserva, só poderia entrar às 14h30) e pude descansar.
Saí pra alugar
o carro e a locadora não tinha nenhum disponível. Quando eu já
tinha ido para o ponto de ônibus, senti que devia voltar
na locadora. Nisso chegou o
supervisor do funcionário, mexeu no sistema e disse que teria um carro pra mim. Saí de lá
dirigindo!
No dia
seguinte, eu estava morrendo de sede e minha água tinha acabado. Fiquei na
dúvida se iria até o centro da cidade comprar ou se seguiria viagem. Coloquei a
bagagem no porta-malas e, como uma delas ficou atrapalhando minha visão, decidi
colocá-la no banco traseiro. Quando abaixei pra ajeitar a mala, olhei debaixo
do banco do motorista e, pra minha surpresa, vi uma garrafa. Puxei e era um
suco lacrado.
Em outra
situação, escapei por pouco de ter o carro guinchado. Cheguei segundos antes e implorei pro policial não levar. Tomei uma multa de 60 dólares, mas paguei só no Brasil e foi bem melhor do que os 250 dólares que teria de pagar se o carro fosse guinchado.
Cheguei à noite em San Diego e não conseguia achar o hostel. Não havia nenhum lugar para estacionar, eu
estava na rua certa, mas a numeração não estava batendo.
Parei em um
cruzamento, entre a linha do trem e o semáforo. Alguns segundos depois, ouvi um
barulho enorme e levei um susto quando percebi que uma cancela havia abaixado
em cima do carro. Enquanto o trem estava passando, três moços vieram me ajudar,
levantaram a cancela e eu dei ré.
Quando o farol
abriu, consegui dar a volta e, depois de muito procurar, encontrei um
estacionamento. Desci pra ver o estrago e não havia um arranhão sequer no
carro, absolutamente nada. Foi um verdadeiro milagre, considerando o estrondo e
o tamanho da cancela (equivalente a duas pistas da rua)!
Para finalizar, quando voltei ao Brasil, passei pelo Duty Free e vi que tinha sobrado 12 dólares, exatamente o dinheiro que não precisei pagar no ônibus. :)
Nenhum comentário:
Postar um comentário