quarta-feira, 2 de dezembro de 2020

É possível viajar sozinha e por conta própria para a África do Sul? Siiim!



O famoso Kruger Park, na região de Phalaborwa, na África do Sul

A África do Sul é um país maravilhoso e imperdível na lista de lugares para visitar um dia. Já fazia mais de 20 anos que tinha vontade de ir e decidi embarcar nessa aventura para comemorar os 10 anos da minha primeira viagem sozinha (em 2007, para o Canadá). 

A primeira vez que pensei em pisar no continente africano foi ao assistir o filme "O Poder de um Jovem" (The Power of One), um filme de 1992 que abordava a questão do apartheid e tinha uma trilha sonora impecável, com base no romance homônimo de 1989, escrito por Bryce Courtenay.

Comecei monitorando os preços das passagens da South African Airways que, na época, estavam melhores do que os da Latam.

Fiquei 12 noites entre Cape Town, Johannesburgo e Phalaborwa, na região do Kruger Park.

Minha dica para mulheres que viajam sozinhas: não façam nada que não fariam na sua cidade. Ou seja, como moro em São Paulo, não costumo andar sozinha à noite, principalmente onde não conheço. É melhor excesso de cautela do que se colocar em risco.

De Johannesburgo para Phalaborwa eu poderia ir de carro (e dirigir cerca de 6 horas) ou de avião (bem caro comparando com o preço do voo do Brasil para a África do Sul). Como eles não aceitam a CNH brasileira ia precisar tirar uma carteira de habilitação internacional. Colocando na ponta do lápis o custo x benefício preferi fazer o trajeto de avião e ter mais tempo para encontrar os "Big Five", como são chamados os animais mais procurados para observação nos safáris: leão, elefante, leopardo, búfalo e rinoceronte.

Na verdade, acabei vendo só três, faltou o leão e o rinoceronte. Mas voltaria com prazer para tentar completar a lista. :)

Para quem gosta de comer super bem e pagar barato a África do Sul é o paraíso! Sério, uma refeição com entrada, prato principal, sobremesa e suco sai por volta de R$ 20,00 (cerca de 80 rands).

Não cheguei a usar, mas para se locomover entre as cidades tem o Baz Bus, com itinerários saindo de Cape Town para Johannesburgo, Durban e Port Elizabeth. 

Cape Town
É o "Rio de Janeiro" da África do Sul, ou seja, uma cidade linda e cara!rs 

Onde ir: Vinícolas, Robben Island (onde Mandela ficou preso por 18 anos), Cabo da Boa Esperança, praia de Boulders (para ver pinguins), Stellenbosch e Franschhoek, Cafeteria Truth, feirinhas e lojas de tecidos africanos.

Onde se hospedar: fiquei em um hostel ótimo, o The B.I.G (Backpackers in Green Point), que oferece passeios para a Table Mountain, Cabo da Boa Esperança e outros.

Johannesburgo
É uma cidade com várias atrações, mas com índices altos de violência. Então recomendo cuidado, principalmente para as mulheres que estiverem viajando sozinhas, como foi o meu caso. Não pegar transporte público à noite, chamar táxis por aplicativo e evitar andar em lugares escuros.

Onde ir: visita guiada ao bairro Soweto, Museu do Apartheid, cassinos, Shopping Mandela 

Onde se hospedar: Motel Mi Pi Chi (o conceito internacional de Motel é um hotel localizado em lugares de passagem), a dona é um doce de pessoa, me levou de carro duas vezes para os restaurantes próximos ao hotel e pediu pro segurança me acompanhar andando na volta.


Phalaborwa

Onde fiz safáris de carro, de barco e a pé.

Onde ir: Kruger Park (safáris oferecidos pelo próprio parque de 3h, 6h e 12h, com veículo 4x4 e até a pé), Olifant's Cruise (safári de barco pelo rio Olifants + jantar típico maravilhoso com T-bone).

Onde se hospedar: o La Lechere Guest House tem uma ótima relação custo x benefício e funcionários atenciosos. A gerente do hotel me levou para fazer compras no supermercado porque no hotel só o café da manhã é incluso. O omelete com cogumelos frescos que eles fazem é um dos melhores que já comi na vida! 

Na época (outubro de 2017), a viagem saiu R$ 8 mil com tudo: passagens, hospedagens, alimentação, passeios e comprinhas. :)

Mesmo depois de mais de 20 anos, o país ainda sente muito os reflexos do regime do apartheid. Você percebe isso ao se hospedar em um hotel e ver que, na maioria das vezes, as funções de camareira e segurança são exercidas por pessoas negras e os cargos de recepção e gerência por pessoas brancas. É claro que existem exceções, mas foi minha experiência nos três lugares onde estive estive. Não é minha intenção entrar em questões políticas, afinal, no Brasil também temos uma série de questões complicadas.

Outro ponto que me chamou a atenção foi que os brancos costumam falar inglês e africâner e, os negros, praticamente sabem os 11 idiomas oficiais, e às vezes ainda falam outros dialetos de países vizinhos.

Quando for possível escolher roteiros internacionais com tranquilidade novamente deixe a África do Sul no topo da sua lista e depois me conte. ;)